Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quinta-feira, 19 de abril de 2018

O Flamengo sem alma e sem calma

*Mauricio Figueiredo

Já foi dito que se dinheiro fosse tudo no futebol, o time do Banco do Brasil (na época áurea do banco) ganharia de todo mundo. Isso é verdade, pois Barcelona, Real Madrid, Manchester e equipes chinesas não ganham sempre tudo.
No caso brasileiro, Flamengo e Palmeiras são as que mais investiram em seus elencos. O Flamengo teve em passado recente o ataque do sonho com Sávio, Edmundo e Romário que acabou dando água.
Atualmente, no papel o Flamengo tem jogadores que certamente seriam titulares em muitas das equipes brasileiras, mas que na prática não está conseguindo rodar.



PLANEJAMENTO ZERO

Vejamos, o meio de campo. Diego Ribas, Paquetá e Éverton Ribeiro. Praticamente ocupam a mesma faixa de campo. Isso não significa que não possam jogar juntos. A seleção brasileira de 1970 (Rivelino, Tostão, Pelé, Gerson, Clodoaldo) é prova de que craques com características próximas podem jogar juntos. Mas isso exige muito treinamento, o que não é o caso dos atletas do Flamengo que como os demais do futebol mundial estão longe de se comparar com os craques da seleção de Saldanha-Zagallo.
Por isso, o ideal na escalação é o de apenas um deles ocupar a vaga existente e dois outros ocupar o banco. Paquetá inclusive teve o mérito de ser escalado como avançado na ausência de Guerrero e se saiu razoavelmente melhor que o tal de Ceifador e Vizeu.
Em um bom planejamento, um time grande do porte do Flamengo não deve servir de estaleiro para atletas vendidos a outros clubes ou emprestados. Uma equipe não é formada da noite para o dia e por isso é preciso contar com o elenco disponível e colocá-lo para rodar. Vinicius Júnior e Vizeu já deveria ser despachados.
E o que falar de Ederson Honorato em eterno estaleiro?
A falta de planejamento impediu que no Estadual algumas pratas da casa fossem efetivamente testadas. O que se espera do jovem Léo Duarte na zaga? Que experiência teria adquirido formando zaga com veteranos como Juan ou Rever? E Rodolfo? Ou o também jovem e quase desconhecido Marcos Rogério?
Consta que Henrique Dourado foi indicação do técnico fujão Rueda. Agora quem chega tem de bancar a escalação, pois o gasto elevado acaba tornando isso quase obrigatório. Um técnico novato precisa de muita personalidade para escalar quem julga realmente mais capacitado. Com isso, quem perde é o próprio Flamengo.
Nos anos 60, um técnico experiente chamado Flavio Costa insistiu em escalar Gerson, o canhotinha de ouro, na ponta esquerda e em um jogo incumbiu de ser auxiliar do lateral-esquerdo Jordan para marcar o imarcável Mané Garrincha em partida contra o Botafogo. Gerson novato se rebelou e foi punido pelo clube. Atravessou a rua e foi brilhar no rival de General Severiano.
Guardadas as proporções, com salário inferior ao de muitos medalhões improdutivos, mas sendo efetivo para a equipe em muitos jogos, Everton pegou a Ponte-Aérea e foi cair no Morumbi nos braços do São Paulo.
Não basta ter um bom elenco. É preciso ter critérios e força na hora de escalar.
Os improdutivos Henrique Dourado e Éverton Ribeiro ao serem sacados do time na partida vergonhosa contra o Santa Fé da Colômbia sentaram no banco fazendo beicinho.
Só falta sobrar para o técnico estagiário Mauricio Barbieri (foto).

*Editor da Agência Repórter Digital e da página Fraternidade Rubro-Negra, no Facebook

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