Dedicação como chave de ingresso no Ensino Superior
Alunos da rede estadual de ensino dão exemplos de determinação e ocupam vagas em universidades federais
De acordo com o Censo da Educação Superior de 2016, divulgado no ano passado, o número de matrículas em cursos de graduação da rede pública de ensino cresceu 1,9% em 2016 em relação ao ano anterior. Franklin Marques dos Santos e Débora Cristina Araújo Teixeira, que estudaram em escolas da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) da Baixada Fluminense, engrossam essa estatística, garantindo uma vaga em universidades federais.
Franklin acaba de ingressar na faculdade de Engenharia de Energia, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu, no Paraná. Com o incentivo dos pais, William e Rosana, o ex-aluno do Colégio Estadual Lia Márcia Gonçalves Panaro, em Duque de Caxias, conseguiu a pontuação necessária no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Na cidade paranaense, ele terá a companhia do irmão e amigo, Hudson, que estuda Engenharia de Materiais na mesma universidade.
– Ainda estou dividido, porque nunca morei longe dos meus pais, mas vou ter o meu irmão perto de mim. Além de estar em um lugar diferente, vou estudar em horário integral e ainda terei aulas de Espanhol – diz Franklin, ansioso com o novo desafio.
Fã de Matemática desde pequeno, ele atribui aos pais a motivação para se dedicar aos estudos.
– Como eu tinha dificuldade de prestar atenção nas aulas e era hiperativo, meu pai e minha mãe faziam uma revisão das matérias quando eu chegava da escola – comenta.
Franklin sempre estudou em escolas públicas e encontrou nos professores do Colégio Lia Márcia o apoio necessário para ir adiante. Ele reconhece que, mesmo com a qualificação e o empenho do corpo docente, o esforço pessoal é indispensável para quem deseja alcançar seus objetivos. Tanto que, no contraturno das aulas, fazia o curso técnico em Eletroeletrônica, no Senai.
– Quando o professor falava que iria explicar a matéria, eu prestava atenção. Acho que as pessoas têm que estudar por si mesmas. Se não tiver apoio familiar, como eu tive, podem procurar apoio em um amigo, por exemplo. O importante é olhar para frente e não desistir – destaca, incentivando outros colegas.
Futura professora
Em São João de Meriti, município vizinho de Duque de Caxias, mora Débora Cristina Araújo Teixeira. A jovem de 18 anos será a primeira ‘caloura’ da família e cursará História, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS), no Centro do Rio de Janeiro.
Para se preparar, ela contou com a orientação dos professores do Ciep 400 – Oswald de Andrade, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde estudou por sete anos. Segundo Débora, na escola os alunos tinham aulas extras e também conversas sobre vestibular, faculdades públicas, formas de ingresso, entre outros temas. Ela também revela que paralelamente fez um pré-vestibular comunitário e se dedicou a pesquisas na internet e em livros.
De acordo com a jovem, o interesse pela História surgiu ainda no 6º ano do Ensino Fundamental.
– Tinha dificuldade em algumas disciplinas, mas através dos professores, comecei a ter mais interesse pelos estudos. Gostava muito das aulas, dos trabalhos e até costumava ler os livros didáticos. A História sempre me interessou bastante – conta.
No que depender de Débora, a vida profissional já está planejada. A meta é trilhar a carreira do magistério.
– Quero ser professora do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, e também trabalhar em cursos pré-vestibulares – finaliza.
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