Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SBT e Globo: a notícia no ritmo do patrão

“Camelô na conversa ele vende algodão por veludo. Não tem
 bronca porque nesse mundo tem bobo pra tudo” (Manoel Brigadeiro)


A Luiza, aquela famosa que estava no Canadá, depois de repercutir nas redes sociais ganhou a mídia “tradicional” televisiva. A Globo saiu na frente e levou a “celebridade” diretamente para seus estúdios, onde pontificou, dando autógrafos e deixou-se fotografar com o próprio âncora de um dos jornais matutinos.
Querendo-se ou não, tudo o que é notícia — por mais irrevelante que seja — acaba ganhando o noticiário dos jornais, revistas, rádio ou televisão. Isso se dá, porque, a mídia de maneira geral depende de audiência. É a audiência que atrai os patrocinadores, tanto privados como público.
Os meios de comunicação de massa, como o nome está dizendo é voltado para o grande público. Ele trabalha dentro de uma estrutura comercial. O patrão precisa pagar impostos, luz, gás, empregados, etc. Se o seu veículo dá prejuízo, os salários atrasam, as grandes contratações e projetos são engav etados e se houver bobeira, da noite para o dia, o desastre se torna inevitável, com a falência surgindo rapidamente.
Quando a emissora é estatal, pode se dar ao luxo de experimentalismos; de não ligar para a questão da audiência. Nesse caso, o Estado banca tudo (ou seja, com o dinheiro dos contribuintes). Em muitos casos, elas podem até servir como cabides de emprego.
No Brasil, os meios de comunicação seguem uma ótica própria de um estado capitalista, onde o lucro deve ser perseguido a todo o custo.
A Luiza, nesse caso, passa a ser mais importante que tudo. A Globo teve essa percepção e foi atrás da audiência.
O âncora do SBT, como o Flamengo que perdeu o Tiago Neves para o Fluminense, teve de caminhar por outra linha e na abertura do jornal de sua emissora aparece fazendo análise crítica sobre o episódio, alegando que nós já fomos mais inteligentes.
Talvez, a nossa inteligência tenha ficado enterrada no baú que o patrão enterrou em algum quintal do circo dominical que há anos tem divertido milhares e milhares de pessoas.
A Luiza é de verdade uma bobeira como qualquer outra que de vez em quando aparece no nosso dia a dia.
Tivesse ela aportado no programa do Patrão e o discurso seria outro.
Mas, enquanto isso, muitos se deixam levar pelo mundo da fantasia do que Stanislaw Ponte Preta denominou de “máquina de doidos”.
Bobo é quem compra essa briga, sem ganhar nada.

www.agenciareporterdigital.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário