Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Eles não viram o Barcelona

A temporada de futebol no Brasil já teve início, com a Copinha de São Paulo, na qual surge a expectativa da revelação de alguns novos talentos para o futebol brasileiro, que no momento é tão carente de craques, especialmente no meio campo, onde praticamente é decidido o resultado dos jogos. Pelo visto, a garotada e os técnicos não assistiram a famosa decisão do Mundial de Clubes entre Barcelona e Santos, na qual o time espanhol adotando o estilo do velho futebol brasileiro deu uma aula de bola nos garotos da Vila. Na Copinha continua prevalecendo os chutões, a correria desordenada, a pouca intimidade com a bola e o excesso de individualismo em vários lances.

A equipe do Flamengo, campeã do ano passado, chegou a São Paulo exibindo total arrogância, achando que poderia eliminar facilmente os desconhecidos adversários. Muitos jogadores por já terem estreado no limitado time profissional achavam que podiam decidir os jogos a qualquer hora. A única coisa que o time comandado por Paulo Henrique parece ter aprendido bem, com os marmanjos é a de fazer a coreografia na hora do gol, sem saber que futebol só acaba quando o juiz dá o apito final. Até a comemoração comedida do Barcelona ao ganhar o maior título do futebol mundial não serviu de lição.

O futebol da garotada que deveria ser a grande escola de implantação do bom toque de bola, característica antiga do jogador brasileiro, também rendeu-se ao futebol força na qual se destaca o garoto "parrudão" e "botinado", que entra em cada lance no melhor estilo do futebol americano, só faltando as armaduras. Entre os mais jovens repetem-se os velhos vícios do futebol dos adultos e pouco se herda das qualidades.

Como muitos talentos jovens, mesmo antes de formados acabam sendo transferidos para o exterior (há jogadores brasileiros em tudo que é canto, inclusive no Vietnã), a categoria de base não tem tido tempo suficiente para armar novas e poderosas equipes. Desse modo, o novato chega ao time de time sem a formação ideal e na vitrine o sonho passa a ser o de conseguir algum destaque, o que não é difícil devido a baixa qualidade das equipes, com o objetivo de conseguir transferência para qualquer time no exterior.

Da mesma maneira as equipes perderam a identidade. Seus jogadores principais de verdade pertencem a empresários, com o cluble, quando tem, possuindo mínima participação. Caso típico foi o de Ronaldinho Gaúcho, o clube honrou a sua parte nos pagamentos, mas a empresa detentora do passe, no primeiro descontentamento, suspendeu os salários do atleta. Em outros clubes o problema também é idêntico. Alguns descobriram a fórmula milagrosa do Mega Supervisor, com salários super atraentes. Mas o time de futebol que é a essência do próprio crescimento de cada clube, continua sendo tratado na base do chutão.

Dirigentes, técnicos e jogadores parece que não viram o Barcelona.

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