Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Copa da Rússia

SELEÇÃO DERROTADA
E NÓS OS INVEJOSOS

*Mauricio Figueiredo

Muita gente solta fogos com a eliminação da seleção Brasileira na Copa da Rússia. Nunca estivemos tão próximos da conquista de um hexacampeonato, sobretudo depois da eliminação precoce dos tidos como favoritos.
De certa forma é duro aceitar que uma garotada com menos de 30 anos esteja cheia de dinheiro. Como diria Freud muitos de nós pobre mortais então transferimos nosso ódio para eles. Como pode um jogador de futebol ganhar mais que um médico, engenheiro, psicólogo e professor?
Pode. Felizmente ou infelizmente pode. Há médicos hoje que também são donos de clínicas e hospitais e muitos até viraram administradores que pouco se lembram de suas especialidades. Há professores que fundaram escolas que até viraram faculdades e também pouco lembram de suas disciplinas de origem. E por aí vai...
Ganhar dinheiro de forma honesta dentro do sistema não é proibido para ninguém. Eu mesmo, como jornalista junto com outros dois companheiros fiz parte da fundação de um jornal (Folha Dirigida) e quando discordei dos rumos que a empresa iria seguir caí fora. Não me arrogo o direito de dizer que eu era o certo e os outros os errados. Foi uma opção de vida...
A Folha Dirigida foi uma escola responsável pela formação de centenas de profissionais. Basta isso para ter seu local reservado na história do jornalismo brasileiro.
O importante no futebol, é que os atletas hoje afortunados são provenientes do meio pobre da população. Muitos não tiveram oportunidade de uma educação de qualidade e sofreram na pele as agruras da pobreza. O futebol foi o instrumento de ascensão social no qual não cabe pistolões nem apadrinhamento político (pelo menos para os que vão adiante).
Nossa vigilância deveria ser centrada nos milhares que ao longo do tempo mamaram, mamam e continuarão mamando nas tetas do Estado Brasileiro roubando dos cofres públicos, impedindo que tenhamos melhor educação, saúde e qualidade de vida.
Ninguém é obrigado a ir a um estádio ver garotos correndo atrás de uma bola e tampouco assistir pela televisão ou escutar pelo rádio ou acompanhar pela internet.
Esses garotos - alguns mimados, vaidosos, ignorantes no sentido acadêmico, etc - ganham seus dinheiros com o talento esportivo reconhecido pelo mundo. Quando perdem uma Copa do Mundo não causam a morte de pessoas, como por exemplo um médico que esquece o bisturi na barriga do paciente.
No meu tempo de jovem eu não tinha vaga nem no banco do time da escola de tão ruim que era.
Mas se fosse hoje, estou certo que pegaria uma vaga no meio-campo da seleção do Tite. (Mauricio Figueiredo - editor do blog Ardbola)

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