A Suécia passou a ser melhor conhecida dos brasileiros, a partir de 1958, quando pela primeira vez, o Brasil conquistou uma Copa do Mundo. No século passado, pelas asas da Panair, a chegada da seleção brasileira aos gramados suecos representava uma aventura como a ida do homem à Lua. A chuteira de um jogador pesava quase 1 kilo e ao contrário das multicoloridas de agora eram todas pretas. A transmissão da Copa era via rádio - longa distância e elevado custo, como passaria a dizer depois Valdir Amaral, famoso locutor da época, diante desse tipo de eventos.
Promover uma Copa do Mundo era algo fácil para qualquer país. Tanto que uma delas -a de 1930 - ocorreu no pequeno Uruguai. Não eram precisas muitas sedes e o número de participantes também era reduzido. Não havia espaço para pernas de paus como os africanos e os norte-americanos entre outros. A conquista brasileira teve o grande mérito pelo fato de ter sido conquistada fora do continente americano, chamando a atenção do mundo para o magistral futebol de Garrincha, Pelé, Didi e Nilton Santos, entre outros.
Agora, em pleno século XXI, a modesta Suécia, com seus 450 mil quilômetros quadrados de território - pouco maior que o nosso rico Maranhão, com seus 331 mil quilômetros, acaba de dar o vexame ao decidir sair da disputa pela promoção dos jogos Olímpicos de Inverno de 2022.
Regime monárquico e tida como uma das mais eficientes democracias do mundo, os suecos ao contrário dos brasileiros têm o grave defeito de ouvir a população sobre decisões que possam afetar a vida das pessoas. Qualquer cidadezinha realiza um plebiscito para decidir sobre o corte de uma árvore em uma pracinha. Lá o prefeito não tem autonomia para sair derrubando viadutos e infernizando a vida das pessoas com o caos no trânsito.
Por isso, Estocolmo, a capital do país, acaba de sofrer o vexame de desistir de promover as Olimpíadas de Inverno. Em plebiscito o povo decidiu que há outras prioridades e teve o aval de todos os partidos políticos, com o beneplácito da própria prefeitura.
Lá o transporte funciona a mil maravilhas - trata-se de uma cidade de menos de 1 milhão de habitantes. Os hospitais públicos e as escolas são de elevadíssima qualidade (as instituições privadas são muito poucas), pois a Suécia possui um dos mais altos impostos do mundo, mas que são revertidos em benefício de sua população, já que o atraso da classe política e o rigor da lei não dá vez para o mundo da corrupção e do famoso jeitinho na condução dos negócios que acabam sendo superfaturados.
Triste Suécia que com seus elevados impostos garantem o financiamento de vasto programa social, assegurando à população um alto padrão de vida. Ao fixar suas prioridades em qualidade de vida, o país se vê incapacitado de promover uma simples Olimpíada de Inverno, preferindo gastar em educação, área que impulsiona sua próspera economia com destaques para a indústria de papel, veículos, produtos químicos e setores de alta tecnologia.
Com um efetivo militar que não chega a 15 mil homens (Exército, Marinha e Aeronáutica) esse modesto país do norte da Europa, ao optar pela qualidade de vida de sua população perde a oportunidade de criar um legado para as futuras gerações por meio da promoção de eventos esportivos.
Nós corremos atrás da bola, enquanto a Suécia nos vende 36 caças Gripen que nos irão defender da guerra que travamos contra nós mesmos.
Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
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