Antonio Neto lecionou na rede estadual do Rio e foi diretor de escola
Com a alegação de que a política de meritocracia não se limita ao aspecto salarial, o novo secretário de Estado de Educação, Antonio Neto (Foto: CrisTorres), que substitui ao economista Wilson Risolia, disse em entrevista que vai continuar o diálogo com o magistério e procurando avanços no aspecto salarial, alegando que o Estado do Rio oferece melhores condições que outras redes estaduais, mas que a organização da escola também tem de ser vista. Ele se sente orgulhoso por ter sido escolhido pelo cargo, alegando ter feito toda trajetória possível a um professor, desde a de diretor até a função de subsecretário de Educação procurando avanços no aspecto salarial, aldo que o Estado do Rio oferece melhores condições que outras redes estaduais, mas que a organização da escola também tem de ser vista. Ele se sente orgulhoso por ter sido escolhido pelo cargo, alegando ter feito toda trajetória possível a um professor, desde a de diretor até a função de subsecretário de Educação no governo Sérgio Cabral.
Como é para um professor da rede assumir o cargo de Secretário de Estado de Educação?
Embora já tenha sido subsecretário e conheça basicamente toda a parte de ensino, a função de secretário tem um certo cenário de mistério, do ponto de vista dos desafios que terei que enfrentar a partir da minha forma de trabalhar. Esse é o grande diferencial. É um momento de muita emoção e que me fez lembrar a minha trajetória como professor, diretor de escola, coordenador de Ensino Médio, diretor de Ensino, subsecretário de Gestão de Ensino e, hoje, secretário de Educação. É um percurso que poucos professores no Brasil tiveram a possibilidade de percorrer. Por isso, sou muito grato às pessoas que conheci durante esse período e ao governador, que confiou e me escolheu para estar à frente da Secretaria. Minha experiência permite ter uma visão de como devemos caminhar. Já fizemos muito nos últimos anos, mas precisamos aprofundar.
Quais são os principais desafios à frente da pasta?
Um dos nossos maiores desafio será a expansão da educação integral no estado, além da implementação de um regime de colaboração com os municípios, permitindo que estes também tenham a perspectiva de uma educação de qualidade, assim como o estado vem alcançando. Paralelamente, aumentar a estrutura para organizar uma educação integral. Tudo isso é muito desafiador, mas vamos trabalhar para que esses objetivos sejam conquistados. Outra meta para os próximos anos é alcançar a primeira colocação no ranking Ideb. Queremos expandir isso também para o Ensino Fundamental, embora este segmento seja menor, já que os municípios estão assumindo. Por isso, é necessário estabelecer um bom regime de colaboração, além de repassar algumas políticas para os municípios, como Currículo Mínimo, Reforço Escolar, Avaliação e Formação.
Qual o atual cenário da Secretaria de Estado de Educação?
Do ponto de vista da gestão, a Secretaria tem um cenário positivo pela frente. Há uma estrutura já organizada pelo secretário Risolia e a tendência é aprofundar as políticas para que a Seeduc consiga alcançar seus objetivos. A nossa ação prioritária é elevar ainda mais o desempenho dos alunos da rede. Vamos aprofundar a política de reforço escolar, de apoio pedagógico nas escolas, e a educação integral. Tudo isso com o objetivo de elevar o desempenho dos estudantes e, consequentemente, fazer com que o Estado do Rio ocupe a primeira posição no ranking do Ideb.
Como ficará o diálogo com os professores?
O diálogo com os professores continuará e será aprofundado. Enquanto subsecretário, fiz reuniões regionais com todos os professores de escola. A minha prática é o diálogo, a conversa. O nível de diálogo da Seeduc com a categoria aumentou muito. Nos últimos quatro anos, criamos melhores condições de trabalho para os professores do que no passado.
Em relação às políticas de valorização dos servidores, haverá mudanças?
Vamos continuar com a mesma linha executada nos últimos quatro anos. Nesse período, levamos a categoria do magistériofluminense a um dos melhores rendimentos do Brasil, comparando com outras redes estaduais. Pretendemos dar continuidade a essas políticas, garantindo ao professor uma estrutura digna, até porque condições de trabalho não se resumem apenas ao salário, mas à organização da escola.
Como se dará a ampliação do ensino integral no estado? Qual a meta para os próximos anos?
O nosso objetivo é ampliar o programa Dupla Escola, principalmente por meio de parceria com a Faetec. Queremos implementar uma política de educação profissional técnica para todo o estado. A meta é que, até 2023, toda a rede tenha uma educação integral, e não em horário integral. Isso porque nem todo aluno do Ensino Médio vai poder ou querer estar em uma escola de horário integral, mas ele tem o direto a uma educação integral (formação completa). Queremos que os nossos alunos tenham não só o conhecimento cognitivo, mas também os saberes para a vida (trabalhar, conviver em sociedade, ter um pensamento autônomo). É esse indivíduo que queremos formar.
O governador lançou um novo desafio: colocar o Estado do Rio em primeiro lugar no Ideb. O que será feito para alcançar esse resultado?
Vamos aprofundar a gestão dos programas e políticas públicas, e olhar com mais atenção para as regiões e as unidades escolares que não alcançaram bons resultados, dando um suporte pedagógico. A política já está montada, precisamos gerir essa política para que o estado consiga alcançar suas metas.
O Currículo Mínimo foi uma das ações de destaque na gestão anterior. Pretende implementar novos projetos ou haverá a reformulação das ações já existentes?
O Rio de janeiro foi o primeiro a criar o Currículo Mínimo e, depois de quatro anos, é necessário que haja uma revisão, já em uma nova perspectiva de educação integral. Esse vai ser o nosso grande desafio: melhorar ainda mais o currículo do estado, proporcionando uma melhor conexão com o processo de avaliação que os professores realizam dentro da sala de aula. As políticas não serão interrompidas, serão aperfeiçoadas. Hoje, o Governo Federal fala em Base Nacional Comum e o Rio é o pioneiro na criação de um Currículo Mínimo para uma rede inteira. Os conteúdos garantem o direito à aprendizagem e, ao mesmo tempo, reduzem a desigualdade entre as escolas, porque todos os alunos têm acesso ao mesmo padrão curricular.
A Seeduc dará continuidade à política de Meritocracia?
Sim. Devemos valorizar os profissionais que realmente se comprometem, se empenham. A tarefa do magistério é complicada, o grupo de docentes não é homogêneo e, para quem trabalha na escola, é importante que o governo valorize. O serviço público depende de dedicação, não é uma tarefa fácil. Quando um governo se dispõe a valorizar um profissional pelo seu desempenho, ele está sendo muito justo. A meritocracia não se reduz à valorização salarial, ela se apresenta como uma estruturação das funções a partir do mérito. Valorizamos os servidores que se comprometem com suas funções.
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Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
Novo secretário de Educação quer manter meritocracia
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