GOVERNO DE
NOSSAS VIDAS?
A participação política é fundamental na vida do cidadão. Em um Estado democrático ainda incipiente como o brasileiro, trata-se de algo fundamental. Ao longo da história temos sido marcados por longos períodos de autoritarismo. A prática democrática somente nos últimos anos parece, aos trancos e barrancos, querer se consolidar no país. Mas, a democracia é uma planta que precisa ser aguada a todo momento, caso contrário morre de inanição.
Muitas vezes, cometemos o erro de considerar que apenas o Executivo, em nosso regime republicano e parlamentarista, é quem dá as cartas. Esquecemos do papel que o Legislativo deve exercer e também o Judiciário. Há também outros setores de suma importância na construção da democracia, entre eles, os meios de comunicação e a sociedade civil organizada.
Energia excessiva é gasta ao se dar ao Executivo um espaço que deveria ser delimitado pela própria ação da sociedade. Contudo, com mais de 30 partidos políticos, a democracia brasileira acaba não fluindo da maneira que deveria. Há muita estrada ainda a ser caminhada. Mas, como acentua o ditado: "Roma não se fez em um dia".
É preciso, que nós cidadãos também passemos a exercer uma visão crítica sobre o nosso próprio comportamento. Até que ponto o linguajar chulo, cada vez mais adotados por um grupo crescente, impede que o debate de ideias passe a ser a norma comum. Em tudo há também no campo pessoal a prática exacerbada do autoritarismo. Não há espaço para o diálogo, para discussão civilizada e tudo mais que contribui para a consolidação do Estado democrático.
Cuidarmos da nossa própria vida, criando consciência do que deve ser uma verdadeira cidadania parece ser algo a ser colocado em prática com a máxima urgência.
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