Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Um edifício que cai



A terrível tragédia do desmoronamento do prédio no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, na madrugada de 1º de Maio, após incêndio, é uma entre muitas que se sucedem pelo país e em pouco tempo cai no esquecimento geral sem que possíveis culpados sejam de fato criminalizados.
Há anos, estudos generosos apontam um déficit de 20 milhões de moradias no Brasil, sem levar em conta casas e prédios construídos de forma irregular e com a questão de segurança deixada de lado. No Brasil, o tema só vem à tona quando ocorre alguma espécie de tragédia como a do Largo do Paissandu.
Não se trata de uma questão ideológica em si, embora ela permeie também esse tipo de questão. Mas, sim o tipo de capitalismo que vem sendo implantado no país com um histórico descaso com a população menos afortunada financeiramente, socialmente e especialmente pela cor da pele em nosso tradicional racismo historicamente jogado para baixo do tapete.
É fato, os pobres e entre eles a maioria negra mora mal, vive mal, se alimenta mal e fica à mercê de programas eleitoreiros quando se trata de habitação. O pobre em si tem capacidade de se tiver disponível um bom terreno e incentivo financeiro de por meio de mutirão construir uma casa decente sem a intermediação das empreiteiras que em passado recente desgraçaram o país em conluio com governantes tanto à direita como a esquerda.
Vergonha na cara é o que a população humilde espera de nossos governantes tanto dos fantasiados de esquerda como os de direita que no fundo, com honrosas exceções, representam face de uma mesma moeda.
A questão habitacional, ao lado de outras como as educacional, saúde, transporte, trabalho, renda e segurança são tratadas de maneira fútil e o prédio que desmoronou no Paissandu é apenas o retrato de um incêndio e desmoronamento cotidiano em que os sonhos e felicidade de um povo acaba sendo sepultado. (Mauricio Figueiredo)


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