Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
sábado, 5 de novembro de 2011
O crescimento das milícias
Os governantes abandonaram a educação pública e o ensino privado ocupou o espaço, principalmente, no ensino superior e nos níveis anteriores voltados para a classe média. Abandonaram a saúde e proliferaram clínicas, hospitais e planos de saúde privados. Por isso, com o abandono da segurança, o surgimento das milícias - que se espalham pelo território nacional - é algo mais do que previsível.
A raiz de tudo isso está nos baixos salários que o poder público oferece a seus servidores - professores, médicos, policiais, entre outros -, obrigando o profissional a se desdobrar em mais de uma atividade na tentativa de aumento de renda. No caso dos policiais, nem sempre o caminho se volta para atividades lícitas e o problema também se agrava pela má qualidade dos cursos de formação da Polícia Militar, com os efetivos não recebendo a preparação adequada tanto em termos de duração do aprendizado, como da especificidade do serviço a ser executado.
O efetivo aumenta a cada ano, com a convocação de concursos, quando ao mesmo tempo cresce o número de profissionais expulsos ou condenados devido a conduta inadequada no exercício da profissão. A Polícia - em especial a Militar - passa a não ter o nível técnico e intelectual desejável para a atuação em um Estado democrático.
A estratégia do poder público, como no Rio de Janeiro, é a da criação de Unidades Pacificadoras que se multiplicam nas áreas empobrecidas da cidade. Um remédio que apenas ameniza os efeitos da grave doença que toma conta de todo tecido social. (RECADO DO REPÓRTER)
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