Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sábado, 15 de outubro de 2011

Magistério: profissão do abandono


Em qualquer época da História da Humanidade, a Educação tem feito a diferença entre os povos. Em seu sentido amplo ela significa a garantia plena de cidadania à população. No mundo moderno há muitos exemplos da importância da Educação, desde a disputa na Guerra Fria entre a antiga União Soviética e os Estados Unidos, tando na corrida armamentista como na corrida espacial. Ao ver que a América do Norte estava sendo superada pelo rival, o então presidente Kennedy cobrou dos auxiliares a ampla reforma do sistema educacional norte-americano e se comprometeu em colocar o mais breve possível um homem na Lua. Outros países fazem da educação a base de sua arrancada para o desenvolvimento. O exemplo clássico é o do Japão, destruído na II Guerra Mundial por duas bombas atômicas e pelos bombardeios incessantes em Tóquio e outras cidades, que fez da Educação a mola propulsora para dar a volta por cima.

Também em épocas mais recentes há o exemplo dos Tigres Asiáticos, em particular, a Coreia do Sul, país há poucos anos em condições inferiorizadas em comparação ao Brasil, mas que o ultrapassou em termos educacionais. Mesmo o Chile, que possui Educação de melhor qualidade que a brasileira, vive grande efervescência estudantil com apoio da população com manifestações de rua em defesa da educação de qualidade. No Brasil, estamos muito longe de fazermos da Educação uma bandeira exigindo-se dos governantes que ela figure como prioridade.

Um dos motivos do caos da educação brasileira está justamente no abandono do magistério como profissão. Ele que deveria ser carreira de ponta no processo de desenvolvimento e crescimento sustentável do país é colocado como profissão de segunda categoria. Nos vestibulares as carreiras ligadas ao magistério são as de mais baixa procura e registram as médias mais baixas entre os classificados. Em termos salariais o magistério figura entre as profissões de salários mais baixos, fazendo com que seja elevada a evasão de profissionais da área.

Nos discursos, o magistério sempre foi destacado por muitos governantes. Dom Pedro II, o imperador, dizia que gostaria de ser "mestre escola" caso não fosse monarca. Getúlio Vargas exaltou a figura do professor alegando que a "educação é matéria de salvação nacional", mas de verdade, a educação nunca conseguiu ser — de fato — colocada como instrumento de transformação nacional.

Fazer da Educação — com a valorização do magistério — continua sendo o grande desafio para o Brasil do século XXI.


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