O 7 de Setembro, data comemorativa da
Independência do Brasil, tem a singularidade de servir de exemplo para o
fato de a liberdade ser uma conquista cotidiana, marcada pela ação de
todo um povo em sua opção de viver livremente ou sobre a tutela de algum
outro estado.
De verdade, o processo de independência do Brasil não ocorreu da noite
para o dia., Antes do 7 de Setembro, muitos outros acontecimentos
contribuíram para o desenrolar da separação do Brasil de Portugal. A
Inconfidência Mineira é um desses exemplos, tendo na figura de
Tiradentes o herói maior.
Em nosso século XXI, apontado por muitos como a Era do Conhecimento, em
constante desenvolvimento científico e tecnológico, a verdadeira
Independência ocorre pelo acesso da maioria das pessoas a uma educação
de qualidade. Quando isso ocorre apenas em benefício de uns poucos, com a
educação confundindo-se, indelevelmente, apenas como uma mercadoria
como outra qualquer, esse ideal de povo independente se esvai.
O analfabetismo, ainda alto, embora diminuindo e o baixo nível de nosso
ensino público e, em alguns casos, também, na esfera privada, compromete
o verdadeiro desenvolvimento do país e a possibilidade da existência de
uma economia auto sustentável.
Pelo contrário, o caos educacional (no Rio, uma das maiores
universidades privadas do país, a Gama Filho é exemplo dessa crise) faz
com que a sociedade brasileira acabe sendo constituída por uma elite
escolarizada ao lado de grande massa de cidadãos de segunda classe.
É por isso, que temos déficit elevado de engenheiros, médicos,
professores e demais profissões de ponta, essenciais para levar um país
para frente. Enquanto postergarmos a prioridade verdadeira que temos de
ter com a educação, continuaremos vivendo de medidas paliativas e sem
que a essência do problema possa ser resolvida.
Fazer do magistério uma profissão que desperte o interesse de grande
parcela de jovens qualificados está longe de se constituir medida
corporativista, pois, com melhor educação para todos, as demais
profissões acabam sendo beneficiadas também.
É inaceitável que o rendimento de um único trabalhador dos países
adiantados seja, em termos de produtividade, equivalente ao de cinco ou
mais trabalhadores brasileiros, dependendo da área, em virtude da baixa
escolaridade. Há casos dessa ineficiência ser resultado do simples fato
de muitos profissionais não estarem capacitados ao entendimento de uma
instrução ou leitura de um manual.
Na Era da Inteligência, o Brasil tem apostado na importação de mão de
obra de outros países. Quando alcançamos a população de 200 milhões de
habitantes, é vergonhoso que nosso processo educacional não venha sendo
capaz de colocar no mercado de trabalho número suficiente de
profissionais para preencher as vagas em aberto.
No Ipiranga foi dado o brado de Independência ou Morte. Atualmente, ele significa Educação ou Morte.
Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
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