Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Educação em Chamas

As duas redes públicas do Estado do Rio encontram-se em prolongada greve, com milhares e milhares de crianças e  jovens sem aulas, sendo que os maiores altamente comprometidos em sua formação e provas do ENEM e vestibulares. A falta de diálogo entre os profissionais de educação e os governantes é resultado do distanciamento entre o chamado Brasil educado e a massa populacional eleitora que pela falta de acesso à educação muitas vezes não tem condições de avaliar suas própria prioridades. O governo Cabral e Eduardo Paes foram reeleitos com larga margem de votos, aliados do próprio sonho desenvolvido pelo Planalto de trazer para o Brasil eventos como a Copa do Mundo, no próximo ano, e as Olimpíadas, em 2016.
A Copa do Mundo, por si só, constitui-se em um evento altamente lucrativo e vitorioso, com a procura aos ingressos ultrapassando as mais otimistas expectativas. No entanto, do outro lado da moeda, a educação e saúde pública sucateadas; o ineficiente sistema de transporte; o saneamento e redes de esgotos pífios nos grandes centros; o crescimento do consumo de drogas e utilização do país como rota do comércio de drogas para o exterior; a segurança pública com base na repressão exacerbada, principalmente em relação à população mais pobre; entre outras inúmeras mazelas, colocou em choque os chamados dois Brasis: o que cobra, como demonstraram as manifestações de  junho, moralização de nosso caótico sistema político, que coloca em perigo a própria democracia, diante do descalabro da corrupção e impunidade e o outro Brasil que sobrevive por meio de políticas populistas, transformadas de emergenciais em eternas.

Os atuais dirigentes do Rio agem como todos os demais. O pão e o circo, como na Roma antiga, é que garante o cacife eleitoral e como  já foi dito: "educação não dá voto". Não é uma prática exclusiva do estado, mas, regra geral de todo o país atulhado em 32 partidos políticos e mais os que estão aptos a surgir.

O prefeito Paes, inclusive, em recente entrevista, acalentava o sonho de contratar o cineasta Woody Allen para fazer um filme sobre o Rio, alegando que pagaria o que fosse pedido.

As posições às vezes deslumbradas distantes da grave realidade social brasileira a exigir medidas drásticas e não paliativas, contribui para o cada vez maior crescimento da violência urbana, marcado pela insatisfação de vários setores, principalmente os  jovens que se sentem os mais ludibriados em nossa frágil e questionável democracia.

A educação em chamas, certamente, não é uma boa cena para um filme sobre o Rio.
   

Foto: Ricardo Moraes - Reuters

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Só faltou o "Ao mestre com carinho"

O clima entre os professores do município do Rio e da rede estadual não anda bom
em relação aos governantes. Contudo, em pleno conflito no Centro do Rio com
ônibus pegando fogo e a pancadaria comendo, a Secretaria de Educação não esqueceu
de programar homenagem ao mês do Professor.


A programação conta com os filmes ‘Corda Bamba', ‘O inventor de Sonhos’ e ‘Mato sem Cachorro’ 
e na parte teatral o sugestivo 'Incêndios'. Só faltou o "Ao mestre com carinho".

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O dia em que o Brasil acreditou que poderia ser grande


3 de outubro: 60 anos da Petrobras


Por Mauricio Figueiredo


Desde o período colonial havia indícios da existência de petróleo no país. Contudo, durante muito tempo, muitos defendiam a ideia de que a exploração do chamado "ouro negro" pelo Brasil era contraproducente, pois as reservas eram insignificantes. Outros argumentavam que o país não tinha capacidade técnica para promover a exploração e se algum dia isso ocorresse deveria caber a grupos estrangeiros.

O início de tudo ocorreu quando o Marquês de Olinda concedeu a José de Barros Pimentel o direito de extrair betume em terrenos situados nas margens do rio Maraú, na Bahia, em 1858. Mas, a primeira jazida de petróleo só foi descoberta em 1939, no bairro de Lobato, na periferia de Salvador.

A partir daí começou a crescer a conscientização da importância da exploração do petróleo, caso quisesse de fato ser independente e passar de um simples país agrícola para uma fase de franca industrialização, como ocorria com as grandes nações no mundo. Houve, no entanto quem dissesse que o Brasil não deveria abandonar sua vocação agrícola.

Entre os que pensavam diferente estava o escritor paulista Monteiro Lobato,  autor da frase célebre "O petróleo é nosso", despertando entre os brasileiros a campanha nacionalista deflagrada a partir de 1946 em defesa da soberania nacional sobre o recurso natural. O sucesso da campanha resultou no surgimento, sete anos depois,  da Petrobras.

Foi em 3 de outubro de 1953, que o presidente da República Getúlio Vargas assinou a Lei No. 2004 durante cerimônia no Palácio do Catete,  criando a Petrobras. Ela dispõe sobre a política nacional de petróleo e define as atribuições do Conselho Nacional de Petróleo. Institui a sociedade por ações do petróleo brasileiro como sociedade anônima e dá outras providências.
Contudo, durante muito tempo, muitos defendiam a ideia de que a exploração do chamado "ouro negro" pelo Brasil era contraproducente, pois as reservas eram insignificantes. Outros argumentavam que o país não tinha capacidade técnica para promover a exploração e se algum dia isso ocorresse deveria caber a grupos estrangeiros.
Vargas, na ocasião, declarou que “… a Petrobras assegurará não só o desenvolvimento da indústria petrolífera nacional, como contribuirá decisivamente para eliminar a evasão de nossas divisas. Constituída com capital, técnica e trabalho exclusivamente brasileiros, a Petrobras resulta de uma firme política nacionalistas no terreno econômico, já consagrada por outros arrojados empreendimentos em cuja viabilidade sempre confiei.”

Desde os primeiros passos, em 1930, quando o engenheiro agrônomo Manoel Inácio Bastos tomou conhecimento de que os moradores de Lobato, na Bahia, utilizavam uma “lama preta”, oleosa, para iluminar suas residências, passando a realizar pesquisas e coletas de amostras da lama oleosa, sendo considerado, na época, por muitos que seguiam a tese de que o Brasil não possuía petróleo, como "maníaco" até o surgimento da Petrobras - a maior empresa estatal brasileira e entre as maiores do mundo - o sonho de muitos brasileiros tornou-se realidade, criando as condições para o país crescer e avançar em muitas outras áreas.

Líder mundial em tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas, a empresa tem agora o desafio de estabelecer parcerias para a retirada de óleo em águas ultraprofundas na camada pré-sal.

O binômio educação-tecnologia, no qual a Petrobras dá contribuição inestimável, é fundamental para que o Brasil consiga o grande ideal de um desenvolvimento sustentável, no qual a sua população não figure como mero espectador, mas, principalmente, como agente desse crescimento. Nesse aspecto, educação de qualidade passa a ser a palavra de ordem.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Copa com a Polícia da Rainha

Pensando bem  -  acho que não é uma boa hora para a Dona Fifa trazer o Beatles Paul para tocar na abertura da Copa do Mundo de 2014 -.

A não ser que traga junto a Polícia da Rainha.

A Praça é do Povo - Castro Alves

A Praça é do Povo!
...como o céu é do condor

"A praça é do povo!
como o céu é do condor".
É o antro onde a liberdade
cria águias em seu calor.

Senhor, pois quereis a praça?
Desgraçada a população!
Só tem a rua de seu...

Ninguém vós rouba os castelos,
Tende palácios tão belos...
Deixai a terra ao Anteu.

Mas embalde...que o direito
Não é pasto de punhal
Nem a patas de cavalo
Se faz um crime legal...

Ah! não há muitos setembros!
Da plebe doem-se os membros
No chicote do poder,
E o momento é malfadado
Quando o povo ensanguentado

Diz: já não posso sofrer.

Castro Alves (1847-1871)

Câmara Municipal de Kiev

Centenas de manifestantes tentaram invadir a Câmara Municipal de Kiev para contestar uma reunião dos políticos considerada ilegal, pois o mandato do grupo terminou em junho. 
Como acontece em outras terras, onde a democracia ainda está sendo consolidada, o diálogo foi resolvido por meio da truculência e gás de pimenta da polícia. 
Qualquer semelhança é mera coincidência (ou não?)

USA: vingança brasileira

Pois é - dizem que Deus é brasileiro - e a espionagem do país de Obama depois do discurso da
presidente Dilma, colocou o presidente norte-americano em verdadeiro inferno astral. Sobrou
até para a Estátua da Liberdade, que, com a falta do dinheiro para pagar os servidores públicos acabou tendo de fechar.

O mar não está pra REDE

O mar eleitoral não está pra peixe. A Rede de Marina Silva mesmo assim luta para
se transformar no 33º partido político brasileiro. Não é por falta de opções que o
eleitor deixará de escolher os melhores (ou não?)